domingo, 12 de setembro de 2010

Eu: uma outra.



Temo....
Visto que poetas são mentirosos, inalcançáveis, inconstantes por natureza; são como cineastas, atores que, num ímpeto de desvairo, elegem a ambigüidade fugaz do solstício de inverno à luz estonteante dos holofotes financiados pela sensatez. Temo por serem criaturas detestavelmente apaixonantes, responsáveis por diluir nossas ‘convicções’ com um feitiço de exacerbada magnitude e euforia que vaga taciturno em meio às entrelinhas dos versos sinuosos e contradições ardilosamente constantes. Temo. Temo.
Temo...Pois preciso da tua poesia.


Nesta manha quente de domingo me permiti à insensatez de me vasculhar em escritos de seis anos atrás...

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Liv, live.


 

Sobre o que aconteceu com a Índia com Colar

Primeira versão rouca e feminina de Relicário

O corsário se separa do seu continente
Velas nuas e quereres velados
O espetáculo do sol
Se alforriando dos dias entardecidos
Para, solitário, se misturar ao mar

Dois continentes, zunidos pelo oceano
Mãos afoitas, carne tremula
Rasgam o véu que separa duas vidas
Parábolas costuradas na areia
Que meu relicário não permite arrematar

Faíscas do segundo sol que não tem lugar na aurora
Penetram as frestas da veneziana
E derramadas no tapete
Mancham a penumbra do ventre
Tragando o interlúdio que separa a luz da vida

O corsário se separa do meu continente
Quereres desvelados abandonados no cais
Do porto, do tempo, das veias abertas em mim
Fora do alcance das mãos
Que o perder de vista não apaga
Roupas velhas que não cabem mais.                               

Não ocasionalmente: Esperança de Gustav Klimt