terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

O coelho branco me persegue

Numa quente tarde de Verão, estava Alice a dormir deitada na relva, ao lado da irmã que lia encostada a uma árvore, quando de repente viu um coelho a correr, com um grande relógio de ouro na mão e a gritar: «Já vou atrasado!» Cheia de curiosidade, Alice seguiu-o. O Coelho enfiou-se numa toca. Alice, que ia atrás, teve a impressão de cair até ao fundo de um poço. Mas viu-se numa grande sala com muitas portas fechadas e uma mesa de vidro. Uma pequenina porta que dera passagem ao coelho acabava de fechar-se. Alice espreitou pela fechadura e viu um magnífico jardim, «Quem me dera estar naquele jardim!», pensou ela. Mas a portinha estava fechada à chave e Alice era muito grande para passar por ela. Viu então na mesa um cofre de vidro com uma chavinha dentro e uma garrafa que dizia: «BEBE-ME». E Alice bebeu um gole. ( Lewis Carroll em Alice no País das Maravilhas)

Palavras chave: verdade, simulacro, matrix.

PS. Eu sei e você sabe...que a distância não existe. Me encontre em Zanzibar, querido Fulano.

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Soneto do amor resiliente


Amor meu, serei seu caminho de luz (pretensão)
Sempre, pela jornada da vida, siempre
Ambíguo, pelas tuas mãos que me conduz (decisão)
Sigo herói e antiherói do que me supre

Em meus passos longos vejo os teus (aspiração)
Onde me perco e me acho no caminho
Em teus passos pressinto os meus (salvação)
Cambaleante nos rococós de Aleijadinho

Desculpas só cabem quando se ama (declaração)
Sincera e livre de modelos e códigos
E da insustentável força da trivial forma

Assim, viveremos nosso tempo sem fim (fomentação)
Que não se quebrará como um marfim
Pois não vivo longe de você, quase de mim